segunda-feira, 26 de julho de 2010

O CORSA – Parte 8

Imprevistos acontecem quando menos esperamos. Ficamos parados quando estamos com pressa. Gastamos dinheiro quando não temos. Perdemos a paciência quando tínhamos que ficar calmos.

A “zica” atacou o corsinha de novo. Coisa simples, mas depois da imensidade de problemas que enfrentamos com o carrinho, qualquer ruído parece estourar os tímpanos. É difícil de acreditar que tantas vezes o azar cruzou nosso caminho. Acho que quanto mais cuidamos, quanto mais nos preocupamos com as coisas, mais atraímos negatividades. Eu sempre fui assim, sempre tive excesso de zelo pelas minhas coisas, um cuidar daquilo que batalhamos para conseguir, por isso quando algo quebra, dá errado, é danificado, a dor é mais sentida.

Fui trabalhar com o corsinha depois de tirá-lo da oficina mais uma vez. Não lembro com precisão quanto tempo ele ficou no conserto, mas sei que foram algumas longas semanas. Era uma tarde cinzenta, ameaçava chuva, por isso a escuridão veio antes da hora. Dei minhas aulas e saí do Jean Piaget feliz por poder voltar logo para casa e descansar depois de um longo dia de trabalho.
Virei a chave e o carro não pegou de primeira. Gelei. Virei de novo e o motor ligou. Mas estava fraco, barulhento, parecia que iria morrer a qualquer instante. Pensei que o estrago foi maior do que imaginei, pensei que depois de rodar sem água, ele não teria mais fôlego, apesar de ter trocado as peças necessárias. Pensei que dessa vez ele não teria resistido.

Quando saí com o carro da vaga, ele estava cansado. Não tinha força nem para subir a pequena ladeira que leva à rua que contorna a do colégio. O carro morreu mais uma vez, deixando-me nervoso, com o coração acelerado. Consegui manobrar o corsinha com dificuldade. O que fazer, eu me perguntava. Lembrei de um mecânico ali perto. Já tinha levado o carro em sua oficina quando esbarrei a roda no meio-fio, desalinhando-a. Era o mais perto e eu já o conhecia. Com a velocidade de uma tartaruga fui descendo a Bruno Andréa até chegar à Oficina do Mota.

O mecânico abriu o capô e pediu para que eu ligasse o carro. Ouviu o som do motor, mexeu nos cabos e deu o diagnóstico: velas de ignição queimadas. O corsa tinha apenas um vela funcionando, por isso a dificuldade para fazê-lo pegar e a lentidão com que andava.


Serviço pronto, voltei para casa aliviado, mas com o bolso mais uma vez vazio.

3 comentários:

  1. Eeeeeeeita sofrimento! Cara, ler esse blog me faz lembrar demais do meu Fiesta. Como fui feliz com a "bala de prata". Até hoje ainda não tive essa felicidade novamente... mas são as provações da vida né. Logo logo eu terei um belo carro novamente.

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  2. Que absurdo!!! Meu próprio irmão não segue meu blog... vergonha hein!

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  3. Qual blog? Só encontrei um que não tem nenhuma postagem, O Berro. É esse?

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