sexta-feira, 23 de julho de 2010

O Corsa – parte 6


"Mau-olhado ou olho gordo é uma crença folclórica (provavelmente muito antiga por ser observada entre vários povos) de que a inveja de alguém, demonstrada pelo olhar ou não, pode vir a ocasionar a degradação do alvo da inveja ou de uma boa sorte. Para tanto, em todas as culturas em diversos tempos da história, foram criados amuletos conta o mau-olhado, como nazar.
Tradicionalmente associado à idéia de "secar com os olhos", de maneira que o olho gordo representa uma forma de impedir a nutrição continuada de uma relação de prosperidade por meio de retirada da umidade.
Na tradição bíblica, o mal olhado tem vinculações com a restrição à cobiça (Êxodo 20)".
Wickipédia



Certas coisas só acontecem comigo, ou melhor, com meus carros. Não sei se é mau-olhado ou falta de sorte, mas quando o improvável acontece, é comigo mesmo. Por exemplo, quem iria supor que depois de tirar o carro da oficina, às 7 da manhã, numa rua aparentemente tranquila, um carro bateria no meu Corsa, um minuto depois de estacioná-lo em frente ao colégio onde trabalho? Pois é, o improvável aprontou comigo.



Lembro que fiquei algumas semanas com o carro parado por algum motivo que me falha a memória, no dia seguinte ao que o retirei da oficina, fui trabalhar feliz por não ter que acordar mais cedo e enfrentar a irregularidade do transporte público. Estacionei o carro em frente ao Colégio Jean Piaget, na rua Bruno Andréa, no Parque das Palmeiras, para trabalhar. Parei o Corsa um pouco à frente do lugar de costume e entrei na secretaria. Quando saí da sala, o porteiro, Celso, perguntou se o Corsa branco era meu. Diante da minha afirmativa, ele balançou a cabeça negativamente e repuxou os lábios formando uma expressão de pesar. Retruquei sem entender muito bem o que ele queria com aquilo. Celso apontou para o corsinha e disse que a dona da casa ao lado do colégio esbarrou no meu carro quando manobrava a sua Pick-up. Gelei.
Corri para o carro e me senti como se levasse um soco na boca do estômago. Um amassado no paralama e na porta. A raiva subiu como bile pela minha garganta. Tive vontade de xingar, mas contive meu impulso colérico porque havia muitas crianças e alunos por perto.



Felizmente a mulher pagou o serviço sem que eu precisasse falar qualquer um dos impropérios que articulei mentalmente quando vi a barberagem que ela fez. Menos mal, mas tive de voltar aos ônibus da Viação Senhor do Bonfim por mais uma semana.

Casos como esse aconteceram mais de uma vez comigo, e não foi só com o Corsa, ainda me perseguiram por outros carros em diversas situações. Não sou de crendices, mas tudo me leva a crer que o tal mau-olhado, também conhecido como zica, me persegue.

As desventuras do Corsa estão chegando ao fim. E o pior ainda está por vir.

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