Depois da série de sustos e prejuízos sem tamanho, o Corsa e eu chegamos ao fim, assim como também chegou ao fim meu casamento. Dois anos e meio de sufoco, tanto na vida quanto nas relações pessoais. Como nada é para sempre, a vida segue.
Rompido o casamento, o carro ficou quinze dias na posse de minha ex-mulher, em Volta Redonda, aumentando o meu estresse. Assim que ela voltou para Angra dos Reis, não tive dúvidas. Era hora de vender o carro e repassar a parte que lhe cabia no bem. Maldito casamento com divisão de bens!
Chamei o meu irmão, Wagner Lannes, para me acompanhar à agência e vender imediatamente o Corsa, antes que o carro me fosse levado novamente. Não sei se foi a maior tolice que eu fiz, mas o arrependimento hoje é grande, ainda mais depois de ver o lindo corsinha desfilando pela rua, enquanto eu vivo metido em oficinas. Que destino! Por mais surrado que tenha sido, o Corsa nunca negou fogo e sempre esteve pronto para aguentar mais maus tratos por parte de imprudentes motoristas. Dele, a lembrança, fora os fatos até aqui mencionados, é boa. Histórias inesquecíveis me ocorreram naquele pequeno carro branco, notas impublicáveis, que não há como esquecer.
Toda despedida é triste. Todo fim deixa uma certa mágoa e o desejo de que poderia durar mais um pouco. Mas para nós, homem e carro, não havia mais meios de continuarmos. Era chegada a hora da mudança, hora de elevar a minha moral, que estava muito por baixo por conta dos últimos acontecimentos da minha vida pessoal despedaçada. E já que eu começaria a vida do zero de novo, nada melhor do que ter um carro novo para me guiar no novo caminho.
Encontramos no pátio da agência um antigo sonho de consumo: um Honda Civic 3D Si preto com pigmentos de alumínio. O carro era fabuloso. Lindo como nos meus delírios juvenis. Não houve quem me tirasse da ideia trocar o corsinha pelo Marmita, principalmente depois de uma volta com o carro. Tudo era perfeito: a dirigibilidade, o conforto, a estabilidade, o ronco forte do motor, o estilo esportivo, a aparência incomum. Eu, levado pela empolgação, não me importei com a idade do Honda, não liguei para o fato de ser importado, não pensei no alto custo da manutenção, eu queria aquele carro.
Despedi-me do Corsa com um aperto no peito. Sentimentalidades bobas, mas era o primeiro carro, comprado com o esforço do meu trabalho e que me atendeu perfeitamente quando pôde. Era difícil, mas o substituto preencheu o seu lugar.
Sai da agência fazendo o motor do Honda roncar alto. Com um sorriso imenso de satisfação estampado no rosto.
O telefone tocou. Era minha ex-mulher me comunicando que queria o carro para ir a uma festa em Paraty. Eu dei uma gargalhada cínica antes de avisar que o dinheiro que lhe cabia do carro seria depositado na segunda-feira.
Rompido o casamento, o carro ficou quinze dias na posse de minha ex-mulher, em Volta Redonda, aumentando o meu estresse. Assim que ela voltou para Angra dos Reis, não tive dúvidas. Era hora de vender o carro e repassar a parte que lhe cabia no bem. Maldito casamento com divisão de bens!
Chamei o meu irmão, Wagner Lannes, para me acompanhar à agência e vender imediatamente o Corsa, antes que o carro me fosse levado novamente. Não sei se foi a maior tolice que eu fiz, mas o arrependimento hoje é grande, ainda mais depois de ver o lindo corsinha desfilando pela rua, enquanto eu vivo metido em oficinas. Que destino! Por mais surrado que tenha sido, o Corsa nunca negou fogo e sempre esteve pronto para aguentar mais maus tratos por parte de imprudentes motoristas. Dele, a lembrança, fora os fatos até aqui mencionados, é boa. Histórias inesquecíveis me ocorreram naquele pequeno carro branco, notas impublicáveis, que não há como esquecer.
Toda despedida é triste. Todo fim deixa uma certa mágoa e o desejo de que poderia durar mais um pouco. Mas para nós, homem e carro, não havia mais meios de continuarmos. Era chegada a hora da mudança, hora de elevar a minha moral, que estava muito por baixo por conta dos últimos acontecimentos da minha vida pessoal despedaçada. E já que eu começaria a vida do zero de novo, nada melhor do que ter um carro novo para me guiar no novo caminho.
Encontramos no pátio da agência um antigo sonho de consumo: um Honda Civic 3D Si preto com pigmentos de alumínio. O carro era fabuloso. Lindo como nos meus delírios juvenis. Não houve quem me tirasse da ideia trocar o corsinha pelo Marmita, principalmente depois de uma volta com o carro. Tudo era perfeito: a dirigibilidade, o conforto, a estabilidade, o ronco forte do motor, o estilo esportivo, a aparência incomum. Eu, levado pela empolgação, não me importei com a idade do Honda, não liguei para o fato de ser importado, não pensei no alto custo da manutenção, eu queria aquele carro.
Despedi-me do Corsa com um aperto no peito. Sentimentalidades bobas, mas era o primeiro carro, comprado com o esforço do meu trabalho e que me atendeu perfeitamente quando pôde. Era difícil, mas o substituto preencheu o seu lugar.
Sai da agência fazendo o motor do Honda roncar alto. Com um sorriso imenso de satisfação estampado no rosto.
O telefone tocou. Era minha ex-mulher me comunicando que queria o carro para ir a uma festa em Paraty. Eu dei uma gargalhada cínica antes de avisar que o dinheiro que lhe cabia do carro seria depositado na segunda-feira.